Gosto de estar, à beira desse rio,
Horas e horas, do alto da barreira,
Vendo-o que passa, alígero e sombrio,
Varando a mata, em fora, na carreira.
Léguas e léguas que percorra a fio,
Nesse rincão da pátria brasileira,
Passa beijando o babaçu bravio,
Que explode a esmo, à flor da terra inteira.
Nas noites lindas, no silêncio, quando
O céu se inclina, entristecido e brando,
E a lua cheia nasce atrás da mata.
Oh! como é lindo o Mearim gigante,
Sob as carícias da palmeira arfante,
Na sinfonia dos caudais de prata.
Fontoura Chaves
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