O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
Poema de Clarice Lispector arranjado pelo Padre Antonio Damázio
in: A Descoberta do Mundo, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984, p. 226 (Clarice Lispector) Nova Fronteira, 1984, p. 226
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